Inicialmente gostaria de colocar alguns esclarecimentos, para que não pareça mais um texto com opinião tendenciosa de mulher frustrada e mal amada (quiçá “não amada”, se aplica mais ao caso, mas ok, vamos deixar isso claro para que as pessoas possam ler sem acham que tem muitos viéses...). Esse é um texto meramente descritivo, onde decidi juntar várias colocações e teorias, fatos, enfim, tudo o que eu observo as pessoas dizerem a respeito da difícil missão de ter um relacionamento saudável. Não é um texto de protesto, nem um desabafo desesperado. Ah, e principalmente, para que conste nos autos: não é nenhuma indireta pra alguém!
Se apaixonar é uma arte. Se alguém duvida disso, é por que nunca se apaixonou, ou mesmo por que se frustrou tanto que decidiu ignorar essa parte da vida. Esse não é artista, ou o talento está ainda obscuro. A paixão é muito mais do que aquele sentimento que as pessoas descrevem utopicamente como algo que tira o sono, a fome, o ar, a atenção e a razão das pessoas. Besteira. Visão muito limitada da situação. Para se apaixonar de fato é necessário vencer coisas que estão dentro de si mesmo, e ainda por cima “atropelar” o externo, pois é o que mais conspira contra. As barreiras que a sociedade impõe são capazes de vencer sim um sentimento forte.
Nossa...péssimo! Não me orgulhei de escrever essa frase, que além de suuuper clichê, é uma ótima desculpa pra quem gosta de cometer uns pecadinhos de estimação e colocar a culpa na convenção social, pois não é a pessoa que comete o excesso, é a sociedade que impõe limites muito estreitos, e é claro, hipócritas. Mas vá lá, para as explicações posteriores, tá valendo.
Você chega no seu primeiro dia na escola nova, 5ª série do ensino médio, usando aparelho, tranças e óculos, enfim, super graciosa. Não bastasse a sociopatia que te dá dor de barriga ao fazer contato com as pessoas novas, você vai pro recreio e vê aquele Deus grego da 8ª série jogando basquete. Isso torna os seus dias no colégio caóticos. Você não sabe qual a combinação de vogais que gera uma forma de cumprimentá-lo. Culpa de quem? Paixão! E essa é a primeira de muitas, a mais platônica de todas, mas também a mais inocente e inesquecível. Mas nada de concreto precisa acontecer, você só quer sentir aquelas coisas muito loucas que passam com você quando ele está por perto, quando você vê aquela foto dele que a sua melhor amiga pede pra tirar, na maior caraça de pau, com ele fazendo pose e tudo.
Você está no 1° período da faculdade. Acontecem mais coisas por segundo que voc já viveu nos seus 18 anos de vida. Não poderia deixar de acontecer o quê? Uma grande paixão! Ele é incrível...veterano, popular, super álcool resistente, quebra cocos com a cabeça e é fã de caverna do dragão. Além do mais, é lindo, alto e musculoso. Irresistível, né? Claro que você se apaixonou! E ele precisa ser seu namorado com urgência!
Você conseguiu seu primeiro estágio. Agora mais madura, mais bonita, mais ciente das coisas da vida (no meu caso mais gorda também, e isso lêia-se um aumento exponencial anual). Não sabe como pôde se apaixonar pelos dois últimos boçais, e ri, de si mesma, e é claro, deles. O grande lance do momento é que você descobriu que o homem da sua vida é aquele analista da informática. O seu subconsciente já programou o seu interesse por uma pessoa com a situação mais estável que a sua, mas não muito acima, perfis profissionais opostos pra rolar uma troca boa, e é claro, um porém. TEM que ter um porém, sabe por quê? Por que além de tudo de mais complexo que você se tornou ao longo desses anos, você curte uma coisa chamada desafio. Se vier de bandeja, especialmente em se tratando de amor, você não gosta e/ou desconfia. Mas não importa. Esse cara PRECISA ser o homem da sua vida. Pronto. A partir daí, a merda está feita. Por que toda história que se pareça o mínimo com um filme de sessão da tarde rende uma expectativa de que aquela seja a pessoa da sua vida.
Qual o objetivo desses exemplos? Perceber como evolui o pensamento em relação à isso. Na maturidade se apaixonar é uma arte, pois exige um talento incrível de driblar todos os questionamentos que surgem na cabeça, fruto de anos e anos de experiências boas e ruins. Se na descoberta do amor o sentimento se basta, mais adiante ele tem que ser praticado, e com intensidade. Com as inúmeras práticas vem a necessidade de se conter e ser cauteloso, não é permitido se entregar. As pessoas ficam tomadas por uma prioridades insensatas, como o orgulho, a necessidade de autoafirmação, a busca desmedida pelo prazer, o preconceito, o medo de se prender, e enfim, tudo o que esteja relacionado com a zona de conforto do indivíduo. As pessoas começam a extrapolar o óbvio, duvidar daquilo que está nítido aos olhos, sabe Deus pra quê, eu continuo votando que é pra gerar emoção. Com emoção é muito mais divertido, pra que seguir o caminho mais racional da coisa? Vejam inúmeras situações escrotas (todas estão, aliás, descritas no texto anterior “Auto-análise”) que têm significdos óbvios. As pessoas distorcem os fatos e conseguem sofrer com eles, antes e depois de sucederem, diga-se de passagem.
Mas nada disso é por mal. Convenciona-se que as mulheres o fazem por otarice (minha experiência de vida me torna suficientemente qualificada para criar um substantivo relativo à otário), e os homens, por malandragem. Será? (tá vendo como o ser humano distorce e duvida de coisas óbvias?rsrs)
Quem sou eu...???
- Tem certas coisas que eu não sei dizer...
- Quem sou eu? Uma mulher incomum. A luz e o breu Exótica e comum. Sim, isso é possível Sou oscilante... As vezes erro, em outras sou incrível Eterna inconstante... Amo infinitamente Apaixono-me, enlouqueço De corpo, alma e mente Que até de mim eu esqueço. Meus olhos são um poço infinito De amor, encantamento, bondade Olhe-os por um minuto E verás toda verdade. Eu não sou perfeita Nem dona da verdade Mas sou dona de mim Dona das minhas vontades. Só espalho minha essência no ar Meu amor, meus desejos.. Escrevo o que minha alma grita Goste quem gostar. Eu sou alguém que você pode contar Sempre. Alguém que vai te fazer rir E também chorar... Porque sou transparente Sou verdadeira Amiga, amante Guerreira. Te darei a mão Colo Abraço Te darei meu coração... Eu não sei amar pouco Ser pouco Dar pouco Ser mulher pouco. Sou uma mulher que se conhece e se permite Alguém que ousa e arrisca Uma mulher que ri, chora, ama... Alguém sem medo de ser feliz! Texto de: Carolina Salcides
Nenhum comentário:
Postar um comentário